NO VELHO TESTAMENTO
Na jornada de Israel pelo deserto Deus ordena a construção do Tabernáculo. Todos os sacrifícios com derramamento de sangue apontavam para perdão de pecados e vida santa. Primeiramente era oferecido um animal sem defeito para purificação dos pecados do ofertante. Havia oferta de cereais para louvor e adoração, como também de sacrifícios de louvor com derramamento de sangue (isso pode ser visto, também, nos altares erigidos a Deus pelos patriarcas). Mas não havia remissão de pecados sem o derramamento do sangue de algum animal previamente determinado.
Davi desejou ser purificado com hissopo - (Sl 51.7) - instrumento de borrifar que fazia propiciação da ira divina (Êxodo 12.12,22,23). O hissopo não tem poder por si só, não era algum tipo de amuleto. Era usada sempre embebido em água ou sangue, dependia da finalidade. No caso de pecado era embebido no sangue. Não adiantava ter um maço de hissopo em lugar estratégico na casa para purificação ou livramento. Isaías 53 aborda a obra de Cristo sem fazer referência ao sangue. Mas no entanto o texto deixa claro que ele foi moído, esmagado, e que levou sobre Si o pecado de muitos - tudo isso mostra a necessidade de derramamento sangue.
O SANGUE NO NOVO TESTAMENTO
"Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus." (Hebreus 10.19)
"[...] eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas." (1 Pedro 1.2)
"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado." (1 João 1.7)
Os três textos acima trazem a expressão 'o sangue de Jesus'. É claro que no Velho Testamento não temos tal expressão. Mas aponta para ela (Lucas 24.44-49; Romanos 8.3-4; Hebreus 9.22; 10.1,10; Apocalipse 13,8).
O escritor aos Hebreus aborda o poder do sangue de Jesus para dar entrada ao lugar santíssimo, lugar da presença de Deus. Isto, no Velho Testamento, só era possível unicamente pelo Sacerdote, que uma vez no ano entrava no Lugar Santíssimo no Tabernáculo após o ritual de purificação (Hebreus 9.25). Porém hoje isso é possível para todo aquele que fora purificado dos seus pecados pelo sangue de Jesus: "[...] ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus" - não há mais intermediário humano, pois Cristo, com Sua morte, rasgou o véu (Mateus 27.51 Cf. Efésios 2.18; 3.12).
Pedro e João abordam a singularidade do sangue de Jesus para o correto relacionamento de santidade com Deus. David H. Wheaton diz que a "'aspersão do sangue de Jesus Cristo' tem a idéia da obtenção dos benefícios da morte de Cristo, de compartilhamento das bênçãos da nova aliança (Cf. Êxodo 24.3-8 com Marcos 14.24), e da purificação regular diária de que todos nós precisamos durante a nossa jornada por esta vida (1 João 1.7-9)." (Comentário Bíblico Vida Nova)
O Apóstolo Pedro mostra a virtude indispensável do sangue de Jesus para a concretização da eleição do cristão, da santificação e para o viver em obediência diante de Deus. João enfatiza o poder contínuo do sangue de Jesus para purificação de todo o pecado. Andando na luz temos comunhão e o sangue de Jesus nos purifica - isso deve ser visto como ato contínuo - [continuamente] de todo pecado.
JARGÕES E DITOS
Todas as referências bíblicas relacionadas ao sangue abordam a purificação de pecados e a vida de santidade, consagração a Deus. Não há referência que o sangue de Jesus pode ser 'usado' para outro fim.
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